Dentre as doenças que acometem os pacientes que apresentam algum tipo de acometimento neurológico, as manifestações clínicas podem ser as mais diversas. No entanto, as alterações da contração na musculatura, da postura e consequentemente da execução de movimentos são consequências dos danos causados ao cérebro ainda em desenvolvimento.
Quando a musculatura fica tão rígida a ponto de interferir na execução de tarefas simples, como sentar, caminhar e até mesmo se alimentar ou executar a higiene, chamamos essa rigidez muscular de Espasticidade.
Do ponto de vista de funcionamento do organismo, a Espasticidade consiste no aumento anormal do tônus muscular em decorrência da falta de inibição do sistema nervoso, após alguma lesão. As crianças com paralisia cerebral, os pacientes com traumatismo cranioencefálico e/ou raquimedular apresentam com frequência esta manifestação clínica e são candidatos ao tratamento da espasticidade.
O tratamento adequado da espasticidade é complexo e requer uma equipe multidisciplinar. Esta é composta inicialmente por um grupo heterogêneo de profissionais, mas que tem no Fisioterapeuta o seu papel principal. Cada profissional atua em uma área específica do cuidado tendo como resultado comum o benefício e o progresso do paciente. O tratamento inclui o uso de medicamentos, injeção de toxina botulínica e até mesmo procedimentos cirúrgicos, podendo citar as neurotomias, a rizotomia dorsal seletiva e o implante de dispositivos de medicações intratecais.